Era uma vez, em uma manhã chuvosa de quarta-feira, uma garota diabética comum. Ano: 2009. Local: sala de aula, colégio.
A aula de Português seguia naturalmente, com o professor devaneando sobre uma obra clássica qualquer e os alunos daquele jeito... Meio prestando atenção e meio dormindo. A chuva lá fora tornava a manhã cada vez mais sonolenta.
Cansada de olhar para as gotas na janela ao seu lado, a menina olhou pra trás e viu que seu melhor amigo dormia. Julgando seus esforços inúteis, desistiu do intento de acordá-lo. O tédio e a vontade de deitar sobre a carteira só aumentavam. Foi então que ela resolveu testar sua glicemia, só mesmo para passar o tempo.
Revirando sua mochila, encontrou o glicosímetro e fez o que tinha de fazer. Trocou a lanceta, encaixou a tira no aparelho e *plic*, furou o dedo. Não havendo formação de gota de sangue, ela achou melhor espremer o furo. E foi então que tudo aconteceu em uma rapidez incalculável. O jato vermelho jorrou do furinho formando um chafariz que bateu no teto e voltou, deixando um rastro pelo vidro da janela e milhares de pintinhas na superfície branca da carteira.