Sempre pensei ser um exagero sentir-se velho ao fazer aniversário.
Acontece que os meus vão chegando cada vez mais depressa. Mal tenho tempo de me
acostumar com o novo rótulo e já está na hora de receber outro. Está na época
do meu aniversário. Digo época, porque esse ano ele não vai vir. Apesar de não
gostar de ficar mais velha, eu gosto de aniversários (mais precisamente do MEU
aniversário), e acho uma tremenda injustiça ficar velha SEM ter um dia pra
chamar de meu! Deixando as reclamações sobre a ausência do dia 29 de fevereiro
esse ano, vamos ao que interessa: os fatos!
Eu me formei no colégio, e isso parece algo tão, mas tão distante
que é até difícil de lembrar. Eu passo na frente da minha antiga escola e não
reconheço nada! Às vezes avisto um professor ou outro passando na rua e quando
os cumprimento, eles me ignoram! Pensam que sou uma lunática cumprimentando
estranhos, pois não se lembram mais de mim! O único que ainda me cumprimenta
(me chama de Isabela, but... o que vale é a intenção) é o Vicente, porteiro do
colégio.
Ainda em uma época remota, passei no vestibular. Hoje já estou no
7º período. Minha carteira de motorista já está criando teias de aranha na
gaveta. Já conheço todos os lugares legais da cidade e nem me lembro mais de
como era não poder entrar em lugar algum por ser menor de idade. Eu não me
lembro mais o que é ser menor de idade. E quando você chega no ponto em que
todas as coisas legais já se esgotaram e não há mais nada pra descobrir de
novidade, você se sente VELHO.
É assim que me sinto com 21 anos:
velha.